A mosca branca vem sendo um grande problema nos cultivos em geral. Sua grande gama de hospedeiro facilita sua permanência na área e sua multiplicação.
Por isso, vamos explicar melhor o que vem a ser essa praga e quais os danos diretos e indiretos ela pode causar em sua lavoura.
Também elencamos dicas de como ter um manejo eficiente dessa praga, com o foco em reduzir as perdas causadas pelo inseto.
O que é mosca branca
A mosca branca (Bemisia tabaci) é um inseto encontrado nas principais regiões agrícolas do mundo.
Adapta-se principalmente em regiões de clima quente e umidade elevada, o que favorece o aumento de indivíduos pois acelera as gerações.
Qual é o ponto chave de sucesso dessa praga? Ela ataca um amplo espectro de plantas, podendo se hospedar em 600 espécies de plantas, por isso sua permanência no campo.
As moscas brancas de maior importância econômica são as do biotipo A e B, mas no Brasil se destaca esta última.
Fonte: UNESP
Danos causados pela mosca branca
A mosca branca pode apresentar danos tratados como diretos e os indiretos, causados tanto pelos adultos tanto quanto pelas ninfas.
Os diretos estão relacionamos a sucção da seiva e injeção de toxinas nas plantas, o que acarreta em amarelecimento do limbo foliar, pontuações que se tornam necróticas, murchamento e envelhecimento precoce das folhas até queda prematura.
Por ser um sugador de seiva, esse inseto suga a seiva com o intuito de absorver aminoácidos e açúcares, porém como a seiva é riquíssima em açúcar esse excesso é expelido em forma de uma substância açucarada conhecida como "Honeydew".
Essa substância expelida pela mosca permite a proliferação do fungo causador da fumagina, o que prejudica a capacidade fotossintética da planta. Em alguns casos, como o do algodão, pode comprometer diretamente na qualidade da fibra.
Fonte: Aulagronomia (Freire, 2016). Planta de soja com a presença da fumagina.
Já os indiretos estão associados a sua capacidade de transmissão de vírus que podem gerar perdas de até 50% em algumas culturas.
Os vírus transmitidos podem ser os seguintes:
Fonte: Acervo do autor
Dicas para manejo eficiente
Tento em vista que a mosca branca é uma praga que afeta diretamente os resultados produtivos, saber como lidar com ela pode ser a chave do sucesso em sua produção.
Por isso, tratar a mosca branca não deve ser encarada somente com químicos, mas sim com a adoção de manejo integrado de pragas.
Desta maneira, elenco algumas dicas de como lidar com essa praga:
Uso de barreiras vivas
Com o objetivo de impedir ou retardar a entrada de adultos da praga na lavoura, as barreiras físicas devem ser plantadas perpendicular a direção dos ventos predominantes, ou melhor ainda, rodeando toda a lavoura.
Uso de armadilhas
Objetivando reduzir a população de mosca branca, são espalhadas armadilhas adesivas de coloração amarela, que é a cor atrativa ao inseto.
Essas armadilhas também são boas estratégias para monitorar a população do inseto.
Manutenção da lavoura no limpo
Como dito anteriormente, essa praga pode se hospedar em inúmeras plantas.
Por isso, eliminar plantas daninhas hospedeiras antes do plantio é uma boa estratégia de manejo para manter a mosca em níveis de baixa infestação.
Eliminação de restos culturais
Tem por objetivo impedir o ciclo da praga, conseguindo diminuir a infestação inicial, pois quanto antes elas infestarem maiores são os prejuízos.
Plantio de cultivares resistentes
Pelo fato do inseto ser vetor importante de vírus e seu combate ser difícil, é importante, se possível, trabalhar com cultivares resistentes ao vírus.
Utilização de inimigos naturais
Dentro desse grupo se enquadram os predadores, parasitóides e entomopatógenos. A seguir, citamos os principais de seus grupos:
- Predadores: Coleomegilla maculata e Eriopis connexa (Coleoptera), Chrysoperla spp. e Ceraeochrysa spp (Neuroptera), Anthocoridae, Berytidae, Lygaeidae, Miridae, Nabidae e Reduviidae (Hemiptera) e Amblydromalus limonicus, Amblyseius herbicolus, Amblyseius largoensis, Amblyseius tamatavensis e Neoseiulus tunus (Ácaros);
- Parasitóides: os gêneros Encarsia, Eretmocerus e Amitus são os mais comumente encontrados;
- Entomopatógenos: neste grupo existem várias espécies de fungo , como Verticillium lecanii, Aschersonia aleyrodis, Paecilomyces fumosoroseus e Beauveria bassiana.
Ao se adotar esse manejo é importante a utilização de inseticidas seletivos, para garantir a permanência desses em sua lavoura.
Além disso, utilizar medidas de controle adequadas, como práticas culturais e cultivares resistentes, podem favorecer o aumento dos inimigos naturais.
Utilização de químicos
Por se considerado de um manejo tratado como "instantâneo", muitas das vezes é o que vem em mente mais rapidamente.
Porém, estar atento ao monitoramento é crucial para não haver tantas perdas mesmo utilizando os químicos.
Com a utilização de químicos, deve-se atentar às dosagens e aos modos de ação para evitar a seleção de genótipos resistentes.
É recomendado a rotação de modos de ação e de uso de dosagens recomendadas.
Deve-se atentar também ao registro, pois a utilização de cada produto deve ser registrado para a cultura em questão.
Alguns aspectos requerem cuidados quando se adota o controle químico, podendo citar o modo de aplicação, a escolha do modo de ação, eficácia, seletividade e toxidade do produto e os cuidados na distribuição do produto sobre a planta.
Também levando em consideração o hábito do inseto, como por exemplo, as moscas brancas são notadas mais frequentemente na parte inferior da folha.
Conclusão
Vimos a atuação negativa que a mosca branca pode acarretar em sua lavoura.
Também mostramos quais os danos diretos e indiretos que ela pode causar e ainda explicamos o porque dessa permanência nas áreas de cultivos.
Elencamos algumas dicas de manejo que podem ajudar no combate e controle dessa praga, com foco no manejo integrado de pragas.
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