É notório o crescimento do agronegócio no Brasil nos últimos anos. Crescemos em área cultivada, evoluímos em modernização e nossa produtividade atingiu patamares até então nunca alcançados.
Isso mostra que o agronegócio brasileiro continua forte, fato mostrado pela sua grande participação no PIB brasileiro, que é de quase ¼ do PIB nacional, e pelo seu elevado potencial de exportação. Assim, a tendência é o setor continuar crescendo e evoluindo nos próximos anos.
Porém, para que essa tendência se confirme, é preciso que o empresário conheça muito bem este setor, com suas oportunidades, virtudes e defeitos.
Em um primeiro momento, estávamos conseguindo isso e estávamos evoluindo rapidamente. Mas a pandemia chegou para mudar tudo!
No atual momento de pandemia do novo coronavírus, que vem causando uma série crise sanitária e econômica, o agronegócio no Brasil ainda vive um momento de muitas incertezas e inseguranças.
Não sabemos ainda como o setor se comportará daqui para frente, mas é certeza que investir em novos projetos e na manutenção da atividade exigirá, mais do que nunca, muito planejamento.
Diante deste cenário altamente desafiador, vale discutir a situação atual do agronegócio no Brasil na pandemia de coronavírus e o que esperar para o pós-crise. Confira!
Agronegócio no Brasil: Seremos os maiores produtores de alimentos em 2025
De acordo com a estimativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil deve se tornar o maior produtor mundial de alimentos em 2025 e os números recentes estão comprovando isso.
O agronegócio no Brasil contribui com quase 25% do PIB, só os grãos produzidos aqui alimentam cerca de 1,2 bilhão de pessoas em todo mundo, segundo a Embrapa. O setor realiza ainda 40% das exportações nacionais.
Em resumo é fácil dizer que um quarto de toda a riqueza produzida no país e quase a metade das exportações brasileiras para o mundo saem das mãos dos produtos rurais brasileiros.
Quanto ao emprego, o agronegócio no Brasil é um grande empregador. Segundo relatório da CEPEA, o agronegócio emprega cerca de 18 milhões de pessoas em todo o país. Sendo a agricultura familiar responsável pela maior parte, com mais de 10 milhões de trabalhadores.
A agricultura familiar brasileira tem também papel importantíssimo no agronegócio nacional. Dados recentes indicam que 70% de todos os alimentos consumidos no Brasil são produzidos pelos pequenos produtores em um valor bruto da produção agropecuária que chega a 33% do valor total. Mandioca (83%), feijão (70%), aves (51%), leite (58%) e hortaliças (69%) são os grandes destaques.
O agronegócio no Brasil tem diferenciais que nenhum país tem!
Diante do cenário otimista em relação ao agronegócio, sempre surge uma questão bastante comum: "Qual será o futuro do agronegócio no Brasil?"
Se considerarmos o potencial brasileiro na produção de alimentos, o futuro será promissor!
Nosso país tem um enorme potencial na produção de alimentos, como ressaltam os números de produção e exportação de commodities. Esse fato se deve a alguns aspectos que favorecem a produção agrícola e pecuária no Brasil que praticamente nenhum país do mundo tem.
Nosso país conta com clima favorável, temos ainda chuvas abundantes e bem distribuídas, que permitem a colheita de duas safras por ano em muitas regiões. Os relevos brasileiros são favoráveis, já os solos são variados e férteis para boa parte da produção agrícola.
Além disso, a elevação no domínio tecnológico da agricultura e da pecuária em ambiente tropical permitiu ao Brasil fazer uso de suas vantagens comparativas no segmento tais como:
- Abundância de solo;
- Boa luminosidade;
- Temperatura ideal a maior parte do ano;
- Oferta de água em abundância.
Tais vantagens comparativas possibilitam ao agronegócio no Brasil desempenhar hoje um papel de extrema importância nos mercados internacionais.
A evolução da produtividade total dos fatores (PTF) mostra essa evolução. Desde a década de 90, o Brasil apresentou um crescimento da sua agricultura baseado mais na elevação da produtividade do que na incorporação de novas terras.
No período 1975-2002, a PTF cresceu à taxa anual média de 3,30%. A modo de comparação, no mesmo período, a PTF norte-americana cresceu à taxa anual de 1,57%.
Por fim, o agronegócio no Brasil conta com milhões de produtores rurais que se dedicam diariamente a plantar e manejar animais, ajudando nosso país a caminhar para frente sempre.
Tínhamos perspectivas ótimas para o futuro, mas a pandemia chegou!
Para o futuro, as expectativas para o agronegócio no Brasil eram as melhores possíveis, principalmente para o ano de 2020.
De acordo com o IPEA, a previsão de crescimento do PIB agro para o ano de 2020 era de 3,4%. Já conforme a CNA, o faturamento da atividade agropecuária dentro da porteira (Valor Bruto da Produção – VBP) deve aumentar em 9,8% no mesmo período.
Assim, em 2020, a previsão era que tivéssemos:
- Aumento na demanda de milho no mercado doméstico, essencialmente para a produção de etanol e alimentação animal;
- Elevação nos índices de produtividade para a soja;
- Aumento na produção de trigo;
- Alta no preço da soja, milho e carne bovina;
- Aumento na produção pecuária.
Como é possível ver, as expectativas eram excelentes para o agronegócio no Brasil, com o país elevando ainda mais sua participação na produção agropecuária mundial.
Mas a pandemia chegou e obrigou analistas, produtores e agroindústrias a refazer suas contas e projeções, como veremos a seguir.
Efeitos do coronavírus no agronegócio brasileiro
Nos últimos meses, o “efeito coronavírus” tem gerado grandes desafios para a economia brasileira, principalmente devido ao fechamento de negócios e o alto impacto na balança comercial brasileira.
Neste cenário, a pandemia da Covid-19 deve levar a uma recessão estimada de até -3% no PIB global este ano, segundo estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI).
No Brasil, as projeções são ainda mais preocupantes. Segundo o próprio Ministério da Economia, o recuo brasileiro deve chegar a 4,7%.
O encolhimento da economia afetará mercados, câmbios e o crescimento do consumo nos países ricos, que são os grandes compradores das commodities agrícolas brasileiras.
Todo esse cenário representa um dos maiores desafios da história brasileira moderna, com muitos setores do agronegócio no Brasil sendo altamente afetados e outros nem tanto.
A seguir será apresentado um balanço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Neste balanço veremos os setores do agronegócio brasileiro que foram mais e que foram menos afetados pela pandemia do coronavírus.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou um balanço atualizado em abril dos impactos da pandemia de coronavírus nas principais atividades relacionadas ao agronegócio brasileiro.
Commodities agrícolas
Mesmo com a crise, tanto a produção quanto a comercialização de soja e milho (principais commodities brasileiras) seguem dentro da normalidade, após preocupações com as condições logísticas.
O café segue a mesma tendência, porém o início da colheita veio acompanhado da preocupação com a disponibilidade de mão-de-obra e cuidado com os trabalhadores.
No setor sucroenergético, a crise do petróleo estabelecida no início da pandemia tem afetado o faturamento do setor.
Para os fornecedores de cana, os riscos aumentam diante da redução de demanda e dos preços do etanol, que podem acometê-los em decorrência do não cumprimento de contratos entre distribuidoras e usinas.
Flores e borracha natural
O setor de flores, plantas ornamentais e borracha natural foi altamente afetado pela crise, com uma redução drástica na sua demanda.
Para as flores, a proibição de eventos e o fechamento de floriculturas e garden centers foram os principais efeitos da pandemia. Alguns segmentos sentem redução de até 90% do faturamento semanal.
No caso da borracha natural, a interrupção ou redução da capacidade de trabalho nas beneficiadoras e indústrias foi inicialmente uma das consequências iniciais da crise com impacto direto no faturamento do setor.
Frutas e hortaliças
Após algum tempo com forte alteração na demanda e alta volatilidade no preço das frutas e hortaliças, o cenário aponta para uma estabilização com movimentos sazonais decorrentes de safra e entressafra de produção.
Com as centrais de abastecimento em pleno funcionamento, alguns Estados e municípios retomaram as feiras livres, permitindo que os produtores escoem seus produtos.
Na exportação de frutas, produtores enfrentaram, também em um primeiro momento, dificuldade no despacho aduaneiro em razão da necessidade de envio de documentos originais por via aérea.
Aves e suínos
Mesmo diante da atual crise, produtos congelados continuam com sua demanda ainda elevada. Percebe-se também uma pequena recuperação do mercado de resfriados, mas que não foi suficiente para melhorar o preço do frango vivo pago ao produtor independente.
O produtor independente e os pequenos frigoríficos de aves ainda sentem o reflexo da queda de consumo no food service, que resultou na desvalorização do frango vivo acumulada em cerca de 10% nos dois primeiros dias de abril (SP).
Com o tempo, esses valores estão se recuperando.
Produtores independentes de suínos estão buscando novas formas de organização coletiva para comercializar a produção, já que as integradoras diminuíram as compras de animais desses produtores em 70%, dando preferência aos produtores integrados.
Lácteos
Grandes indústrias mantêm a captação de leite e dão preferência para a produção de leite UHT e leite em pó, já que análises indicam que houve redução do consumo de outros processados, como queijos.
A publicação do Ofício Circular nº 28/2020 do Ministério da Agricultura permitiu a comercialização de leite de pequenos laticínios com inspeção municipal e estadual para indústrias com inspeção federal, criando uma alternativa para pequenos produtores escoarem a produção.
Alimentação animal
O alto preço do milho e do farelo de soja tem preocupado produtores pecuaristas de todo o país. Em abril de 2020, o milho já acumulava valorização de 18,3% no mercado interno brasileiro.
Se a tendência de alta dos insumos para alimentação animal for mantida, os pecuaristas devem sofrer com margens negativas e perda de competitividade.
Pós-coronavírus: O que esperar para o agronegócio?
Como pudermos ver, mesmo representando uma das maiores crises dos últimos 100 anos, a pandemia do novo coronavírus, pelo menos por enquanto, não afetou tanto assim o agronegócio no Brasil.
Por essa razão, a cadeia do agronegócio é considerada essencial para a superação brasileira da crise, afinal, por ser um serviço essencial, o setor está autorizado a manter suas atividades durante a quarentena.
Mas, assim como todos os setores, o agronegócio no Brasil também deverá enfrentar diversos desafios para a recuperação total dos efeitos gerados pelo coronavírus.
Os principais desafios relacionam-se ao volume de produção e ao consumo, que afetam diretamente a relação entre a oferta e a demanda dos produtos agropecuários.
Muitos desafios, mas com grandes oportunidades
Decerto, o atual cenário é altamente desafiador, mas representa também uma oportunidade sem precedentes para produtores e agroindústrias do Brasil. Mas o que esperar para o setor pós-pandemia?
Algumas tendências são as mais esperadas para o cenário pós-crise. Segundo especialistas em agronegócio, a tendência principal é que, pós-pandemia, o agronegócio no Brasil sofra transformações profundas, que devem acelerar a digitalização da cadeia e a construção de marketplaces do setor.
A transformação digital envolve a aceleração da adoção de uma série de tecnologias de ponta no campo que contribuem com a elevação da produtividade e da gestão do agronegócio no Brasil.
A gestão eficiente de dados, por meio das tecnologias de Big Data, por exemplo, é capaz de melhorar a informação sobre insumos, condições climáticas e maquinário, permitindo que o produtor consiga baixar custos, reduzir despesas e aumentar a produtividade.
O blockchain é outra tecnologia do “novo agro”. Ele permite o rastreamento do ciclo de vida do produto, desde o plantio até a prateleira do supermercado, garantindo certificações de qualidade.
Os rótulos com QR Code, por sua vez, vão levar essas informações aos consumidores de forma rápida e instantânea.
Os marketplaces assumem um papel importante nesta evolução do setor pós-pandemia, agregando e conectando os players do setor entre eles e com os consumidores.
O comportamento do consumidor também irá mudar pós-crise
O isolamento social instaurado na maioria das cidades brasileiras levou a uma mudança no dia a dia e, sobretudo, na alimentação das famílias, com consumidores ficando muito mais cautelosos.
Em razão dessa cautela, o consumo em restaurantes, fast foods e praças de alimentação de shoppings foi transferido para o consumo em casa, com o consumidor fazendo a compra em supermercados ou pedindo suas refeições por delivery.
Neste cenário, as cadeias de suprimentos estão sendo testadas e todos que trabalham diretamente com a cadeia produtiva de alimentos precisam adaptar-se ao novo cenário, remodelando-se em tempo real e acelerando rapidamente de acordo com as tendências que se apresentam.
Agregado a isso, os consumidores estão olhando produtos e marcas com um novo olhar, exigindo mais qualidade e segurança, principalmente dos alimentos consumidos.
Por isso, o momento também é de adaptação dentro e fora da porteira para garantir liquidez e trabalhar com produtos que podem ser menos afetados durante a crise.
Não se esqueça de melhorar a capacidade de gestão da sua fazenda
Mesmo diante da crise, uma coisa é certa: O produtor que não tiver o controle da gestão e uma boa saúde financeira de seu negócio, provavelmente terá dificuldades na pós-crise. Em contrapartida, quem tiver com sua gestão em dia certamente se sairá melhor desta crise.
Assim, vale sempre cuidar do fluxo de caixa, mapear 100% das despesas, entender o que pode ser cortado sem comprometer a produção e saber exatamente como está a saúde financeira da fazenda.
Por isso, as plataformas que ajudam na gestão das atividades relacionadas ao campo ganham ainda mais importância nesse período desafiador.
Em um cenário de crise, como o atual, o produtor deve olhar suas operações e saber onde está ganhando, onde está perdendo, se é o momento de investir em agricultura de precisão e como estão seus investimentos, a compra de insumos, etc.
Um bom software de gestão oferecerá a ele todas as informações necessárias, permitindo tomadas de decisão mais assertivas.
Neste cenário, para uma gestão eficiente do agronegócio no Brasil para a crise e a pós-crise, é importante o uso de um software de gestão agrícola que seja específico para fazendas.
O CHBAGRO, é um desses softwares. Ele é baseado em mais de 70.000 programas e dados de mais de 600 fazendas em todo Brasil. Quando utilizado na fazenda ele permite conectar as áreas operacional e administrativa de sua fazenda resultando em um controle financeiro muito mais eficiente.
Vale a pena conhecer!
Conclusão
Para 2020, o agronegócio no Brasil apresentava um cenário extremamente positivo. Contudo, devido às instabilidades do mercado decorrentes do novo coronavírus, as estimativas precisaram ser refeitas, em um cenário ainda incerto e obscuro.
Vimos também que, mesmo com efeitos menos drásticos comparado com outros setores, todo o agronegócio no Brasil apresenta oscilações por conta da pandemia do novo coronavírus.
Certamente vamos nos recuperar, mas, para isso, na pós-crise o produtor rural brasileiro deverá investir em transformação digital e entender as mudanças de comportamento e hábitos do consumidor.
Além disso, cuidar de sua gestão será outro ponto essencial. Ao fazer isso o produtor com certeza se sairá melhor durante e após os impactos do Covid-19. Um bom sistema de gestão fará toda a diferença.
---
Saiba mais sobre o único Software Agrícola completo do Brasil!
O CHBAGRO já atende 600 fazendas em todo país.
Se preferir, envie um e-mail para contato@chbagro.com.br ou ligue 16) 3713.0200.